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Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Sab | 29.06.13

O Pecado Hereditário

 

O pecado hereditário surgiu do pecado original.

O pecado, isto é, a atuação errada, consistiu no cultivo exagerado do raciocínio com o consequente acorrentamento voluntário ao tempo e ao espaço, e os efeitos colaterais aí surgidos do trabalho restrito do raciocínio, tais como a cobiça, o logro, a opressão e assim por diante, que têm no seu séquito muitos outros, no fundo, aliás, todos os males.

 

Esse facto teve, naturalmente, naqueles que se desenvolviam como seres humanos de puro raciocínio, influências cada vez mais fortes na formação do corpo de matéria grosseira. Como o cérebro anterior, gerador do raciocínio, foi-se tornando unilateralmente cada vez maior por causa do esforço contínuo, era natural que na geração tais formas em processo de alteração se manifestassem na reprodução do corpo terreno e as crianças já nascessem trazendo um cérebro anterior cada vez mais forte e desenvolvido.

 

Nisso se encontrava e se encontra ainda hoje a disposição ou a predisposição para, acima de tudo o mais, predominar o poder do raciocínio, o que encerra em si o perigo de em seu total despertar acorrentar o portador do cérebro, não somente ao espaço e ao tempo, isto é, a tudo quanto é de matéria grosseira terrestre, tornando-o assim incapaz de compreender o que é de matéria fina e essencialmente espiritual, mas ainda também emaranhando-o em todos os males decorrentes inevitavelmente da hegemonia do raciocínio.

 

O facto de trazer consigo esse cérebro anterior voluntariamente hipertrofiado, no qual se encontra o perigo do puro predomínio do raciocínio com todos os seus males colaterais inevitáveis, isso é o pecado hereditário!

Portanto, a herança física da parte hoje denominado cérebro anterior, devido ao seu desenvolvimento artificialmente aumentado, com o que a criatura humana ao nascer traz consigo um perigo que mui facilmente pode emaranha-la no mal. Tal facto dificulta, em todo caso, o reconhecimento de Deus, devido aos limites restritos da ligação à matéria grosseira.

 

Isso, porém, não lhe tira nenhuma responsabilidade. Essa permanece, pois herda apenas o perigo, não o pecado propriamente. Não é necessário, em absoluto, que deixe predominar incondicionalmente o raciocínio, submetendo-se a ele por isso. Pode, ao contrário, utilizar-se da grande força do raciocínio como uma espada afiada para abrir caminho na agitação terrestre, conforme assim lhe indicar a sua intuição, também denominada voz interior.

Se, porém, em uma criança o raciocínio é elevado a um domínio absoluto através da educação e ensinamentos, então cai da criança uma parte da culpa, ou melhor, o consequente efeito retroativo devido à lei da reciprocidade, visto que essa parte atinge o educador ou mestre causador disso. A partir desse momento ele fica preso à criança, até que esta fique liberta dos erros e de suas consequências, mesmo que isso demore séculos ou milénios.

 

Tudo, porém, quanto uma criança assim educada fizer depois de lhe ter sido dada oportunidade para uma introspeção e conversão, atingirá somente a ela própria nos efeitos retroativos. Semelhantes oportunidades se oferecem pela palavra oral ou escrita, por grandes abalos na vida ou por acontecimentos parecidos que obrigam a momentos de profundos sentimentos intuitivos. Nunca deixam de vir.

Seria inútil continuar a falar mais a esse respeito, pois sob todos os aspetos tratar-se-ia apenas de seguidas repetições, as quais teriam de se encontrar nesse ponto. Quem refletir sobre isso, a esse logo será tirado um véu dos olhos, terá solucionado em si próprio muitas perguntas.

 

Abdruschin

                        

Dissertação, “O Pecado Hereditário”, da obra “Na Luz da Verdade - Mensagem do Graal”, volume II.

 

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