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Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Sab | 25.06.11

E Mil Anos são como um Dia!

Salmos 90

“ Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração. Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus. Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. “

 

Quem das criaturas humanas já compreendeu o sentido destas palavras, em que igreja é interpretada direito? Em muitos casos é considerado apenas como um conceito de vida ausente de tempo. Todavia, na Criação nada existe ausente de tempo e nada ausente de espaço. Já o conceito da palavra Criação há de contradizer isso; pois, o que é criado, é uma obra e cada obra tem uma limitação. Mas o que tem limitação não é ausente de espaço. E, aquilo que não é ausente de espaço não pode ser também ausente de tempo. Há variados mundos que formam a morada de espíritos humanos, segundo sua maturidade espiritual. Esses mundos são de densidade maior ou menor, mais próximos ou mais afastados do Paraíso. Quanto mais afastados, tanto mais densos e com isso mais pesados. O conceito de tempo e de espaço restringe-se com a crescente densidade, com a mais firme compactação da matéria, com a maior distância do reino espiritual.

 

A variação de conceito de tempo e de espaço se origina da faculdade de assimilação de maior ou menor maleabilidade vivencial pelo cérebro humano, que por sua vez está ajustado ao grau de densidade do respectivo ambiente, portanto, da espécie daquela parte do Universo em que o corpo se encontrar. Sucede assim que devemos falar da diferença dos conceitos referente a espaço e tempo, nas diversas partes do Universo. Existem, porém, partes do Universo que se acham muito mais próximas do Paraíso, do que aquela a que pertence a Terra. Essas mais próximas são de outra espécie de matéria, mais leve e menos compacta. Consequências disso são a possibilidade mais ampla de um vivenciar com plena consciência. Aqui o chamamos de um vivenciar lucidamente consciente. As matérias de outra espécie pertencem à matéria grosseira de consistência mais fina, bem como a parte de consistência grosseira da matéria fina e, ainda, a matéria fina absoluta, ao passo que nos encontramos, atualmente, no mundo da matéria grosseira absoluta. Quanto mais refinada for a matéria, tanto mais permeável também é. Mas, quanto mais permeável for uma matéria, tanto mais amplo e mais extenso será o campo da possibilidade de vivenciar conscientemente para o espírito humano que se encontra no corpo, ou chamemo-la de possibilidade de impressão.

 

O espírito humano que habita num corpo mais grosseiro e mais denso, dispondo de um cérebro correspondentemente mais denso como estação intermediária dos fenómenos exteriores é, de modo natural, mais firmemente isolado ou circumurado do que em uma matéria mais penetrável, menos densificada. Por conseguinte, numa mais densa pode perceber em si apenas acontecimentos até um limite mais restrito, ou se deixar impressionar por eles. Quanto menos densa for uma espécie de matéria tanto mais leve ela é naturalmente, deve com isso outrossim se achar mais alta e será igualmente, mais transluzente e assim ela mesma mais luminosa também. Quanto mais perto se achar do Paraíso em decorrência de sua leveza, tanto mais clara e radioluzente será outrossim por esse motivo, por deixar passar as irradiações provenientes do Paraíso. Quanto mais um espírito humano recebe a possibilidade de um sentir vivo, devido a um ambiente mais leve, menos denso, tanto mais capaz será de vivenciar em si, de modo que no decorrer de um dia terreno, em seu ambiente, poderá assimilar muito mais vivências do que uma criatura humana terrena com seu cérebro denso, em seu ambiente mais pesado e portanto mais firmemente compactado. Conforme a espécie da permeabilidade, portanto, conforme a espécie mais leve e mais luminosa do ambiente, um espírito humano consegue no decorrer de um dia terreno vivenciar tanto como num ano terreno, devido à assimilação mais fácil e no próprio reino espiritual, no decorrer de um dia terreno tanto como em mil anos terrenos!

 

Eis porque está dito: “Acolá mil anos são como um dia”. Portanto, na riqueza do vivenciar, cujo aumento se orienta segundo o amadurecimento crescente do espírito humano. O ser humano pode imaginar isto melhor, pensando em seus sonhos! Aí consegue, frequentemente, sentir de modo intuitivo, uma vida humana inteira num único minuto de tempo terreno, vivenciar realmente no espírito! Vivencia aí coisas as mais alegres, bem como as mais dolorosas, ri e chora, vivencia seu envelhecer e, no entretanto, gastou aí apenas o tempo de um único minuto. Na própria vida terrena necessitaria, para esse mesmo vivenciar, de muitos decénios, porque o tempo e o espaço do vivenciar terreno são limitados de modo demasiado restrito progredindo assim cada degrau por si de modo mais lento. E como o ser humano na Terra somente em sonho pode vivenciar tão rapidamente, porque as algemas do cérebro foram aí tiradas parcialmente do espírito pelo sono, encontrando-se assim nas partes mais luminosas do Universo, como espírito não mais algemado tão fortemente e, mais tarde, completamente livre, sempre nesse vivenciar activo e rápido. Para o vivenciar real de mil anos terrenos não precisará mais tempo do que um dia!

 

Abdruschin

 

Dissertação, E Mil Anos são como Um Dia! da obra “Mensagem do Graal”, Na Luz da Verdade, II volume.

 

Sex | 17.06.11

Criatura: Ser Humano

Génesis 2-7

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da Terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida: e o homem foi feito alma vivente.”

Surgem, repetidamente, novas ondas de indignação lançando seus círculos sobre Estados e Países provocadas por minha afirmação de que a Humanidade nada tem de Divino em si. Mostra quão profundamente a presunção lançou raízes nas almas humanas, e com que pouca vontade querem elas se separar disso, mesmo que seu sentimento intuitivo, advertindo aqui e acolá, já surja à tona deixando-os reconhecer que, contudo, finalmente, há de ser assim. O relutar contudo não modifica em nada o facto. Os espíritos humanos, são até menores ainda, mais insignificantes mesmo do que julgam quando, de modo penoso, já chegaram interiormente à convicção de que lhes falta qualquer partícula de Divinal.

Por isso quero ir ainda além do que até agora, estirar mais um pouco ainda a Criação a fim de mostrar a que degrau pertence o ser humano. Decerto não é possível que possa iniciar com a ascensão, sem antes saber exactamente o que é e o que pode. Ciente disso saberá, finalmente, ainda a que é obrigado! Essa é uma grande diferença a tudo que hoje quer! E que diferença! Não desperta mais compaixão naquele a quem é dado ver claramente.

Entendo com “ver”, não a visão de um vidente mas a de um sábio. Ao invés de pena e comiseração, só há de surgir agora apenas ira. Ira e desprezo por causa da medonha arrogância perante Deus, que centenas de milhares presunçosamente praticam todos os dias e a todas as horas, renovadamente. Numa presunção que não encerra nem sequer um traço de saber. Não vale a pena gastar nisso uma palavra sequer.

O que eu disser doravante só se destinará àqueles poucos que devido à sua pura humildade ainda podem chegar a certo reconhecimento sem terem antes que ser tão triturados conforme acontecerá brevemente segundo as leis Divinas para, finalmente, proporcionar ingresso à Sua legítima Palavra, abrir solo fértil para tanto! Toda a vazia e palavrosa obra de fancaria dos que terrenamente se julgam cientes cairá em ruínas concomitantemente com o actual solo, completamente estéril! Urge que essa verbosidade vazia, que atua como veneno sobre tudo que se esforça para cima, desmorone em si com todo o seu oco. Mal estabeleci a separação entre o Filho de Deus e o Filho do Homem como duas personagens, incontinente surgiram tratados querendo esclarecer com complicações teólogo-filosóficas que assim não é. Sem entrar objectivamente na minha indicação, procura-se conservar o erro antigo a qualquer preço mesmo pelo preço da objectividade lógica, no modo turvo do dogma de até então.

Teimosamente se agarram a algumas sentenças das velhas escrituras, excluindo qualquer pensamento próprio e assim também, com a condição não expressa de que os ouvintes e leitores, igualmente, não devem reflectir, menos ainda sentir intuitivamente; pois, do contrário, rapidamente, se reconhece que com aquelas numerosas palavras nada fica fundamentado, porque parece impossível uma conclusão certa quer para traz quer para diante. Porém, mais visivelmente ainda falta àquelas muitas palavras uma conexão com o fenómeno real.

(…)

Somente a certeza daquela grande pergunta pode conduzir a uma ascensão: “Que sou eu?” Se ela não for resolvida radicalmente, reconhecida, então a ascensão tornar-se-á amargamente difícil; pois, voluntariamente, os seres humanos não se acomodam à tal humildade, que lhes proporcionaria o caminho certo, o qual, outrossim, realmente podem seguir! Todos os acontecimentos têm comprovado isto de modo claro até à actual época. A própria humildade ou fez desses homens escravos, o que é tão errado como a presunção, ou com essa humildade ultrapassaram em muito o alvo propriamente, e se puseram num caminho a cujo fim jamais podem chegar porque a constituição do espírito não basta para isso.

E por isso caem numa profundeza, que os deixa despedaçar, porque antes quiseram ser superiores demais. Apenas os seres criados são imagens de Deus. São os primordialmente criados, espíritos primordiais naquela Criação, propriamente, da qual tudo o mais podia se desenvolver. Nas mãos destes se acha a direcção suprema de todo o espiritual. São os ideais, modelos eternos para a humanidade inteira.

O ser humano terreno, porém, só podia desenvolver copiando dessa Criação constituída. Do pequenino germe espiritual inconsciente até uma personalidade. Somente pela observância do caminho certo na Criação, torna-se cópia das imagens de Deus! Ele mesmo, de modo algum, é a imagem propriamente! De permeio jaz ainda um grande abismo até abaixo dele! Outrossim, das legítimas imagens, o próximo passo fica ainda longe de Deus. Por isso uma criatura humana terrena, finalmente, devia reconhecer tudo aquilo que se encontra que se encontra entre ela e a sublimidade do Divinal, a que tanto se esforça por se arrogar.

(…)

Por isso, fora com tudo o que é figurado, que o ser humano nunca aprendeu a entender por ter sido demasiadamente cómodo para a seriedade de uma interpretação certa. Já é tempo dos véus caírem, e ele ver claramente, de onde veio, quais as obrigações impostas pela sua incumbência e para onde terá que ir. Para tanto necessita do caminho! E esse caminho, o vê claramente desenhado na minha Mensagem do Graal, pressuposto que o queira ver. A Palavra da Mensagem do Graal é viva, de modo que só se permite achar superabundantemente àquelas pessoas que têm na alma realmente sincero anseio! Tudo o mais repele automaticamente. Para os presunçosos e para os que procuram apenas superficialmente a Mensagem permanece o livro com sete selos! Apenas quem se abrir espontaneamente, receberá. Se ele começa a leitura de antemão com disposição certa e genuína, tudo o que procura florescer-lhe-á em maravilhosa realização! Todavia os que não estiverem de coração inteiramente puro serão repelidos por essa Palavra, ou ela se fechará ante os falsos olhares. Nada encontra!

 

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação, Criatura: Ser Humano, da obra “Mensagem do Graal”, Na Luz da Verdade, II volume.

Sab | 11.06.11

Deuses - Olimpo - Valhalá

João18-33;36

“Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-te outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim: que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste Mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus.”

Há quanto tempo já se procura obter uma interpretação certa e uma ligação com o tempo actual sobre os conhecidos deuses dos tempos passados. Eruditos e mentes instruídas buscam por uma solução que traga esclarecimento total. Mas isso só pode ocorrer se essa solução der, simultaneamente, uma visão geral sem lacunas sobre todos os tempos! Desde o começo da Humanidade até agora. Do contrário permanecerá outra vez uma obra fragmentária. Não adianta destacar, simplesmente, aquele tempo em que floresceram os conhecidos cultos dos deuses gregos, dos romanos bem como dos germanos. Enquanto os esclarecimentos não abrangerem ao mesmo tempo todo o evoluir e o perecer, advindo de si próprios de modo bem natural, estarão eles errados.

As tentativas levadas a efeito até agora, apesar da sagacidade empenhada, por fim, sempre de novo, só evidenciaram malogro, não conseguiram se manter diante de sentimentos intuitivos mais profundos, ficaram no ar, sem ligações com as épocas anteriores e posteriores. Nem é de se esperar diferentemente se se observar de modo atento a evolução dos seres humanos.

Os ouvintes e leitores de Minha Mensagem do Graal deveriam chegar sozinhos à conclusão de como as coisas decorrem nesse terreno, tendo já em parte sido relegadas para o campo das lendas e das sagas, ou procurando supô-las como meras configurações de fantasia das concepções religiosas, formadas e imaginadas de observações da natureza e em conexão com os fenómenos diários. Não deve ser difícil àquele que pensa e perscruta, encontrar nas antigas doutrinas de deuses algo mais do que apenas lendas de deuses. Há de até ver, nitidamente, o fenómeno real! Quem quiser que me siga, pois!

 

Volto aqui à minha dissertação: “Pai, perdoai-lhes; pois, não sabem o que fazem”. Aí relatei brevemente a história da Humanidade na Terra desde o princípio até hoje. Dei também uma perspectiva do prosseguimento ulterior. Aí mostrei como, no meio de circular orbital da Criação, o enteal que se acha mais abaixo do espiritual cumpriu o máximo de sua capacidade dentro do material, que está ainda mais abaixo, tendo proporcionado com esse cumprir passagem livre à penetração do espiritual mais elevado, cujo fenómeno se repete na Criação, constantemente.

Esclareci também como, no corpo animal desenvolvido pelo enteal ao máximo, chamado homem primitivo, só então foi dada, em seu desenvolvimento máximo, a possibilidade do penetrar de um germe espiritual, o que também ocorreu, e que, nessa fase do desenvolvimento da criação, outrossim, será sempre dada de novo. No animal de outrora, de desenvolvimento máximo, entrou assim algo novo, o espiritual, que até então nele não estava. Desse processo não se deve, no entretanto, tirar precipitadamente a conclusão de que tal fenómeno se repete sempre na mesma parte do Universo durante o seu desenvolvimento progressivo; pois, assim não é! Na mesma parte apenas acontece uma vez. A lei de atração das espécies análogas passa aqui, igualmente, um ferrolho irremovível no desenvolvimento progressivo a uma repetição na mesma parte do Universo.

(…)

O espírito, com desenvolvimento normal, avança cada vez mais. Os gregos, romanos, germanos, por exemplo, viram ainda mais! Sua visão interior ultrapassou a matéria até o enteal situado mais alto. Puderam, finalmente, com seu desenvolvimento crescente, ver também os guias dos enteais e dos elementos. Algumas pessoas mediúnicas puderam por seus dons entrar em contato mais íntimo com eles, uma vez que eles, por serem enteal-conscientes têm, todavia, algo de análogo com aquela entealidade da qual, igualmente, o ser humano tem em si, além do espiritual.

Ver, sentir e ouvir os enteais era para o desenvolvimento dos povos daqueles tempos o máximo que podiam atingir. É evidente que esses povos, então, considerassem os poderosos guias dos elementos em sua actividade e espécie diferentes como o mais elevado chamando-os de deuses. E, sua elevada sede, existente realmente qual castelo, denominado de Olimpo e Valhalá.

Mas a visão e a audição interior dos homens sempre que se manifestam se ligam com a capacidade dos conceitos e das expressões pessoais e correspondentes.

Daí resulta que os gregos, romanos e germanos descreveram os mesmos guias dos elementos e de todo o enteal segundo as formas e os conceitos das respectivas concepções de seus ambientes de outrora. Contudo, eram os mesmos em tudo não obstante algumas variações nas descrições.

Quando hoje, por exemplo, se reúnem cinco ou mais realmente bons clariouvintes e todos recebem, simultaneamente, uma determinada sentença pronunciada do além, na reprodução apenas será uniforme o sentido do que foi ouvido não, porém, a transmissão das palavras! Cada um transmitirá as palavras de modo diferente e também as ouvirá diferentemente, porque já na recepção entra muito de pessoal em jogo, exactamente assim como é sentida a música de modo diferente pelos ouvintes, efectivando, contudo, no fundo a mesma direcção. A respeito de todos esses fenómenos colaterais de longo alcance na ligação do ser humano terrestre com o Universo, devo falar mais pormenorizadamente com o decorrer do tempo. Hoje, isto nos desviaria demais do tema.

(…)

Os cultos religiosos da humanidade em suas diversidades não se originam, absolutamente, de fantasia alguma, pelo contrário, mostram sectores da vida no assim chamado além. Mesmo o curandeiro de uma tribo de Negros ou de Índios tem a sua justificação no degrau inferior de seu povo. Que aí se promiscuam charlatões e impostores, não pode aviltar o caso em si. Demónios, entes das florestas e do ar, e, também os assim chamados deuses antigos, encontram-se ainda hoje nos mesmos lugares, inalteradamente, e na mesma actividade de antes.

Também o supremo templo desses grandes guias de todos os elementos, o Olimpo ou o Valhalá, jamais foi fábula, mas realmente visto. Mas o que as criaturas humanas, estacionárias no desenvolvimento, não mais puderam ver são as imagens de Deus, espírito-primordiais, primordialmente criadas que, igualmente, possuem um templo no ápice denominando-o de Templo do Graal, o Supremo Templo no espiritual-primordial e assim também em toda a Criação! Somente por meio de inspiração podia ainda chegar uma informação da existência desse Templo aos seres humanos que se encontram no umbral de todo o espiritual, uma vez que, espiritualmente, não amadureceram tanto para ver também aquilo, pressentidamente. Tudo é vida!

Somente os seres humanos que se cuidam progressistas, em vez de progredir, desviaram, voltando em direcção às profundezas. Não se deve acaso esperar ainda que no desenvolvimento progressivo se alteraria novamente o conceito de Deus ensinado por Cristo e pela minha Mensagem do Graal!

Agora isso permanece porque algo mais não há. Com uma entrada que hoje ainda falta ao espiritual e o aperfeiçoamento nisso, cada espírito humano pode ascender tanto que por fim adquire, incondicionalmente, a convicção desse facto no vivenciar anterior. Podia então efectivar conscientemente, feitos grandiosos estando na força de Deus, às quais já fora convocado desde o princípio. Mas, então, nunca mais se arrogaria a trazer em si algo de Divino. Essa ilusão é o carimbo e o cunho de sua imaturidade de hoje, exclusivamente!

A grande humildade encontrar-se-ia então na consciência certa, originar-se-ia o servir libertador que é dado pela doutrina de Cristo sempre como exigência. Somente quando os missionários, os pregadores e os preceptores, baseados no conhecimento da evolução natural em toda a Criação, e com isso também do conhecimento exato das leis da Vontade Divina começarem sua actividade e sem saltos e sem deixarem lacunas, é que poderão obter reais resultados, espiritualmente vivos. Agora, cada religião, infelizmente, nada mais é do que uma forma hirta mantendo coeso, penosamente, um conteúdo inerte. Todavia, após a transformação indispensável, esse conteúdo até então inerte, torna-se vigoroso ao adquirir vida, rebenta as frias, mortas e hirtas formas e bramindo se derrama jubilosamente sobre o Mundo inteiro e por entre todos os povos.

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação, Deuses – Olimpo – Valhalá, da obra “Mensagem do Graal”, Na Luz da Verdade, II volume.

 

Sab | 04.06.11

Pai perdoai-lhes; Pois não sabem o que fazem!

Lucas 23: 34

“E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali O crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo os Seus vestidos, lançaram sortes.”

Quem não conhece estas palavras importantíssimas que Jesus de Nazaré pronunciou quando pendia da cruz. Uma das maiores intercessões que jamais foram pronunciadas. De modo nítido e claro. Todavia permaneceu-se durante dois milénios diante dessas palavras de modo incompreensível. Interpretou-se-as unilateralmente. Apenas àquela direcção que parecia agradável aos seres humanos. Não houve um sequer que levantasse sua voz em prol do verdadeiro sentido, e o bradasse à humanidade, principalmente com toda a clareza aos cristãos! Mas, não apenas isso. Todos os acontecimentos abaladores na vida terrena do Filho de Deus foram colocados sob luz errada devido à unilateralidade na transmissão. São erros, contudo, que não somente o cristianismo apresenta, mas encontram-se em cada religião. Quando discípulos colocam o puramente pessoal do preceptor e mestre acima de tudo e bem em evidência se compreende, principalmente, se este mestre fosse arrancado de modo tão brutal e repentino de seu meio, para ser exposto, na mais completa inocência, a gravíssimos sofrimentos e aos mais grosseiros escárnios e, por fim, à tormentosíssima morte. Coisa tal se grava, profundamente, nas almas daqueles que puderam conhecer o seu preceptor da maneira mais ideal na convivência em conjunto, ocasionando que aquilo que é pessoal se coloca então à frente de todo o recordar. Isso é absolutamente compreensível. Mas a Sagrada missão do Filho de Deus foi a Sua Palavra, o trazer da Verdade das alturas luminosas a fim de assim mostrar à humanidade seu caminho para a Luz que até então lhe esteve vedado, por que seu estado espiritual, em seu desenvolvimento, antes, não possibilitava seguir aquele caminho! Os sofrimentos infringidos pela humanidade a esse grande portador da Verdade ficam à parte, completamente! Mas aquilo que nos discípulos era evidente e natural, resultou na religião posterior em muitos e grandes erros. A objectividade da Mensagem de Deus ficou longe, em segundo plano, diante do culto pessoal ao Portador da Verdade, o que Cristo jamais quis.

(…)

O nascimento de Cristo foi um ato de amor divino para toda a Criação que estava sob a ameaça de ser minada pelo espírito humano em se perdendo. Isso acarreta também que a parte Divina, outrora encarnada em Jesus de Nazaré, há de reingressar completamente no Pai, conforme o próprio Cristo tantas vezes afirmou. Tem que se tornar novamente uno com Ele. Os portais do Paraíso somente foram abertos para espíritos humanos amadurecidos pela Mensagem de Cristo. Até aí não existia ainda a faculdade de compreender com acerto o caminho até lá. A Mensagem se destinava aos seres humanos terrenos bem como aos falecidos, como cada Mensagem de Deus, cada palavra da Verdade luminosa! As criaturas humanas ouviram nela, após a severidade das leis, também, de um amor, que até então ainda não poderiam ter compreendido, mas que deveriam de então por diante desenvolver em si. As leis, contudo, não foram derrubadas por essa Mensagem de amor, pelo contrário, apenas ajustadas. Deveriam permanecer como base firme, cujos efeitos encerraram tal amor.

(…)

 E quando alguém quer, de modo totalmente desesperado, uma resposta acaso demasiadamente clara, simplesmente se coloca então aquilo que não se compreende no reino do Divino mistério. Ali devem desembocar todos os caminhos de perguntas não solucionadas como porto de salvação. Mas assim se revelam, nitidamente, como os caminhos errados! Pois, cada caminho certo tem também um fim claro, não podendo conduzir à impenetrabilidade. Onde “imperscrutáveis caminhos de Deus” devam servir como explicação, há uma fuga por ignorância, que não se pode desconhecer. Ao ser humano não há necessidade de qualquer mistério na Criação, nem deve; pois Deus quer que Suas leis vigentes na Criação sejam bem conhecidas do ser humano a fim de que ele se possa conduzir de acordo e, por meio delas, completar e cumprir mais facilmente seu percurso pelo universo, sem se perder na ignorância. Permanece, porém, uma das mais fatais acepções considerar o brutal assassínio do Filho de Deus como um holocausto indispensável em favor da humanidade! Pensar que esse brutal assassínio do Filho deva reconsiderar um Deus! Uma vez que essa estranha acepção não pode encontrar, logicamente, nenhum esclarecimento, escondem-se, com isso, mais uma vez de modo embaraçado, atrás do muro de protecção do Divino Mistério, tão frequentemente usado, portanto, de um de fenómeno que não se pode tornar compreensível ao ser humano! No entretanto, Deus é tão claro em tudo quanto faz. A própria clareza! Criou, pois, a natureza segundo a Sua Vontade. Portanto, o que é natural tem de ser exactamente o certo! Pois, a Vontade de Deus é absolutamente perfeita. Mas o holocausto na cruz há de ser antinatural a cada senso recto, porque injusto contra o Filho de Deus inocente. Não há aí nem um girar ou esquivar. Preferivelmente, confesse a criatura humana uma vez, de modo franco, que algo disso seja realmente incompreensível! Pode se esforçar como quiser, não chegará a uma conclusão aí, não podendo mais compreender nesse caso o seu Deus. Todavia Deus quer ser compreendido! Outrossim, pode sê-lo, porque a manifestação de Sua Vontade reside claramente na Criação, não se contradiz nunca. Apenas os seres humanos são os que se empenham, em suas investigações religiosas, por introduzir o que é incompreensível. A penosa composição do errado pensamento de base, de um holocausto indispensável com a morte na cruz, já fica desfeita pelas palavras do próprio Salvador, na ocasião em que o crucificaram. Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem! Seria, pois, necessária essa intercessão se a morte na cruz devesse ser um sacrifício indispensável para a reconciliação? O “não sabem o que fazem!” é, pois, uma acusação da mais grave espécie. Uma indicação patente de que está errado o que fazem. Que esse ato foi apenas um vil crime. Teria Cristo rogado em Getsémani que o cálice do sofrimento Lhe fosse desviado se a morte na cruz devesse ser um holocausto necessário? Nunca! Cristo não teria feito isso! Assim, porém, sabia que as torturas que O aguardavam eram apenas uma consequência da livre vontade humana. E, por isso, Seu rogo.

(…)

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação, Pai perdoai-lhes: pois não sabem o que fazem! da obra “Mensagem do Graal”, Na Luz da Verdade, II volume.