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Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Círculo do Graal

“Pensamentos são como sementes deitadas ao solo”

Sab | 24.11.12

Culto

Culto deve ser o anseio tornado forma, para que algo inapreensível terrenamente se torne assimilável de algum modo ao sentido terreno.

Deve ser o anseio tornado forma, mas infelizmente ainda não é assim, do contrário muita coisa deveria ter formas completamente diferentes, se tivessem surgido do próprio anseio. O caminho certo para isso condiciona justamente o brotar de formas exteriores, vindas do íntimo. Mas tudo quanto hoje vemos nada mais é do que uma construção do raciocínio onde somente depois os sentimentos intuitivos deverão ser comprimidos. Toma-se assim um caminho ao contrário, que naturalmente também se pode chamar de errado ou falso, por jamais conseguir realmente ser vivo em si.

Assim muita coisa grosseira e inoportuna se molda, o que de outra forma chegaria muito mais próximo da vontade real, com o que, somente então, o efeito convincente pode unir-se.

Muita coisa bem-intencionada acaba repugnando em lugar de convencer, porque a forma certa para isso ainda não foi encontrada, a qual o raciocínio nunca pode dar para aquilo que é inapreensível terrenamente!

É o que acontece também nas igrejas. De modo demasiadamente nítido se faz sentir a edificação do raciocínio, visando somente a influência terrena, e deste modo muita coisa boa perde sua significação, porque dá a impressão de antinatural.

Outrossim, só pode dar a impressão de antinatural aquilo que não corresponde às leis da Criação. Justamente tais coisas existem em abundância nos cultos atuais, onde simplesmente tudo o que se encontra em oposição às leis naturais é envolvido em misteriosa escuridão.

Exatamente com isso, porém, pelo facto de os seres humanos inconscientemente nesse assunto nunca falarem de uma Luz misteriosa, mas sempre e apenas de uma escuridão, eles acertam, pois a Luz não conhece obscurecimento, portanto também nenhuma mística, para a qual não devia haver lugar na Criação que se originou da Vontade de Deus, trabalhando automaticamente segundo um ritmo inexorável. Nada é mais claro em seu tecer do que exatamente a Criação, que é a obra de Deus!

Nisso é que reside o segredo do êxito e estabilidade, ou da ruína. O que está construído com bases nessas leis vivas da Criação recebe auxílio, trazendo êxito e também estabilidade. Onde, porém, tais leis não forem observadas, seja por ignorância, seja por obstinação, o desmoronamento efetivar-se-á irremediavelmente, após tempo maior ou menor, porque não conseguirá se manter permanentemente, pois não se encontra sobre nenhuma base firme e inamovível.

Eis porque tanta obra humana é efémera, facto que não precisava ocorrer. A isso pertencem cultos de múltiplas espécies que constantemente têm de ser submetidos a transformações, se não devam sucumbir totalmente.

O Filho de Deus deu aos seres humanos, do modo mais simples e mais claro, na sua Palavra, o caminho certo pelo qual deviam conduzir sua existência terrena, correspondente à tessitura da Criação, a fim de, através das leis de Deus que se manifestam no tecer da Criação, serem apoiados auxiliadoramente e elevados às alturas luminosas, para obterem paz e alegria aqui na Terra.

 […]

Através da Criação Deus também fala, mostrando nitidamente Sua Vontade.

Reconhecer essa Vontade é dever dos seres humanos. E o Filho de Deus indicou com sua Santa Palavra o verdadeiro caminho para isso, porque os seres humanos não se esforçavam para tanto, emaranhando-se por isso cada vez mais nas leis automáticas da Criação.

Esse inalterável tecer da Criação tinha de, com o tempo, aniquilar os seres humanos, devido à sua ignorância e à utilização errada, ao passo que ele soerguerá a humanidade se esta viver direito, conforme a Vontade de Deus.

Recompensa e castigo para o ser humano estão no tecer da Criação, que é conduzido de modo constante e imutável pela própria Vontade de Deus. Nisso reside também a condenação ou salvação! É inexorável e justo, sempre objetivo, sem arbitrariedades.

Nisso jaz a incomensurável grandeza de Deus, Seu Amor, Sua Justiça. Isto é, em Sua obra, que Ele legou às criaturas humanas, ao lado de muitos outros seres, como morada e pátria.

É, pois, chegado o tempo de as criaturas humanas terem que alcançar esse saber para chegarem com a mais completa convicção ao reconhecimento da atuação de Deus, que se exprime em Sua obra!

Então todos os seres humanos encontrar-se-ão de modo inabalável aqui na Terra, com a mais jubilosa vontade de trabalhar, com os olhos soerguidos gratamente para Deus, pois o reconhecimento os ligará para sempre através do saber!

Para transmitir aos seres humanos tal saber, que lhes dá uma convicção nítida e compreensível da atuação de Deus, em Sua Justiça e em Seu Amor, escrevi a obra “Na Luz da Verdade”, que não deixa lacunas, contém resposta a cada pergunta, traz esclarecimentos aos seres humanos de quão maravilhosos são os caminhos na Criação, os quais muitos servidores da Sua Vontade mantêm.

Santo, porém, é só Deus!

Abdruschin

 

Dissertação, “Culto”, da obra “Mensagem do Graal” Na Luz da Verdade, volume I

Sab | 17.11.12

Ascensão

Não vos emaranheis numa rede, vós que aspirais por conhecimento, mas sim tratai de ver com clareza!

Decorrente de lei eterna, uma pressão de expiação inalterável pesa sobre vós, a qual nunca podereis passar para outros. O que carregais mediante vossos pensamentos, palavras ou ações, ninguém mais, senão vós próprios, pode resgatar! Ponderai bem, pois de outro modo a Justiça Divina seria apenas um som oco, caindo tudo o mais consigo em ruínas.

Assim, pois, libertai-vos. Não desperdiceis nenhuma hora para ultimar essa pressão de expiação! A sincera vontade para o bem, para o melhor, e que se reforça por meio da oração profundamente sentida, traz a libertação!

Sem a vontade sincera e firme para o bem, nunca se verificará a expiação. Irá perdurando tudo quanto é inferior, fornecendo novo alimento para continuar existindo e com isso exigindo sempre nova expiação sem tréguas, a ponto de parecer que o que se vai renovando se vos apresenta como um único vício ou sofrimento! Trata-se, contudo, de toda uma corrente sem fim, sempre atando de novo, antes mesmo que as coisas anteriores pudessem ser resgatadas.

Assim nunca ocorre o resgate, por ser exigida sempre a expiação. É como se uma corrente vos chumbasse ao solo. Daí o grande perigo de vos afundardes cada vez mais. Por conseguinte, animai-vos finalmente pela boa vontade, vós que ainda permaneceis do lado de cá ou que, segundo as vossas conceções, já vos encontrais do lado de lá! Com a persistente boa vontade tem de sobrevir o remate de todas as expiações, já que aquele que quer o bem e age nesse sentido não concede novo alimento para novas exigências de expiações. Dessa maneira advirá então a libertação, a remissão, como única escalada para a Luz. Atendei à advertência! Não há outro caminho para vós! Nem para ninguém!

[…]

As pedras, que sua atuação errada de até agora amontoou diante dele como um muro, impedindo o progresso, não serão acaso retiradas do caminho; pelo contrário, solicitamente serão colocadas diante dele, para que as reconheça e as transponha, pois terá de saldar todos os erros. Todavia, perplexo e admirado, breve verá o Amor que atua em seu redor, tão logo mostre boa vontade.

O caminho lhe será tão facilitado com delicado zelo, como os primeiros passos duma criança são amparados pela mãe. Se houver coisas de sua vida de até agora que o amedrontem, assustem e que preferiria deixar dormir continuamente… inesperadamente será colocado à frente delas! Tem de resolver, agir. Visivelmente as circunstâncias o impelem para isso. Se ousar, então, dar o primeiro passo confiante na vitória da boa vontade, abrir-se-á o nó fatídico, passará por ele e estará livre disso.

Porém, mal a culpa é resgatada, já lhe surge outra sob qualquer forma, exigindo de modo idêntico seu resgate.

Assim se desfaz um anel após outro, que tinham de tolhê-lo e oprimi-lo. Sente-se tão leve! E a sensação de leveza que alguns dentre vós certamente já vivenciaram não é nenhuma ilusão, e sim efeito de um facto real. O espírito assim liberto da opressão torna-se leve e ascenderá de maneira rápida, de acordo com a lei da gravidade espiritual, para aquelas regiões a que ele agora pertence conforme sua respetiva leveza.

Assim irá avançando sempre ao encontro da Luz almejada. A má vontade comprime o espírito para baixo, tornando-o pesado, mas o que é bom o impele para cima.

Jesus já mostrou para vós também em relação a isso o caminho singelo que leva infalivelmente ao alvo, pois profunda verdade reside nestas simples palavras: “Ama o teu próximo como a ti mesmo!”

Com isso deu a chave para a libertação, para a ascensão! Porque é incontestável: o que fazeis ao próximo, fazeis na realidade somente para vós! A vós somente, pois tudo, de acordo com as leis eternas, recai infalivelmente sobre vós, o bem ou o mal, seja aqui ou já no Além. Virá! Por conseguinte, com isso vos é apontado o caminho mais simples, como deveis conceber o passo para a boa vontade.

Com vossa maneira de ser, deveis dar ao vosso próximo!

Não, por acaso, com dinheiro ou bens. Pois assim os pobres ficariam privados da possibilidade de dar. E nesse modo de ser, nesse “dar-se” no convívio com o próximo, na consideração, no respeito que vós lhe ofereceis espontaneamente, está o “amar” de que nos fala Jesus, está também o auxílio que prestais ao vosso próximo, porque nisso ele se torna capaz de modificar-se por si mesmo ou prosseguir em direção ao alto, porque nisso ele pode fortalecer-se.

As irradiações retroativas disso, porém, erguem-vos rapidamente em sua reciprocidade. Através delas recebereis sempre novas forças. Com voo bramante conseguireis dirigir-vos ao encontro da Luz…

Pobres tolos os que ainda podem indagar: “Que ganho com isso, se abandono tantos hábitos antigos e me modifico?”

Por acaso é um negócio que deva ser fechado? E se eles ganhassem somente como seres humanos, no modo de ser mais elevado, então já seria bastante lucro. Mas é infinitamente mais! Repito: com o começo da boa vontade, coloca cada um também o marco para o fim de sua expiação, que tem de cumprir, da qual jamais poderá escapar. A esse respeito nenhum outro pode substitui-lo.

Com tal resolução ele coloca, por conseguinte, um fim próximo à contingência de expiação. Trata-se de um valor que todos os tesouros deste mundo não são capazes de sobrepujar. Livra-se com isso das correntes de escravo que ele próprio continuamente forjou para si. Portanto, despertai do sono que enerva. Deixai finalmente chegar o despertar!

Fora com a embriaguez que traz a ilusão paralisante, fazendo-vos crer que a redenção por intermédio do Salvador tornou-se salvo-conduto, para que possais viver a vida toda descuidadamente, entregando-vos ao “egocentrismo”, bastando que vos torneis no último momento fiéis, retrocedendo e deixando esta Terra crendo no Salvador e em sua obra! Tolos, esperar da Divindade uma tão mesquinha e imperfeita obra fragmentária! Isso significaria criar o mal! Pensai nisso, libertai-vos!

Abdruschin

 

Dissertação, “Ascensão”, da obra “Mensagem do Graal” Na Luz da Verdade, volume I

Sab | 10.11.12

O Silêncio!

Tão logo surja em ti um pensamento, trata de retê-lo, não o exponhas logo, porém nutre-o; pois ele condensa-se mediante a contenção no silêncio e ganha em forças, como o vapor sob compressão.

A pressão e a condensação geram a propriedade duma reação magnética segundo a lei de que tudo o que é mais forte atrai o fraco. Formas de pensamentos análogos serão através disso atraídas de todas as partes, seguradas, reforçando cada vez mais a força do próprio pensamento primitivo, e apesar disso atuam de modo que a primeira forma gerada se vá moldando, transformando-se e adquirindo formas variáveis por ação de outras desconhecidas, até atingir seu amadurecimento. Sentes tudo isso dentro de ti; todavia, julgas que isso resulta unicamente da tua própria vontade. Mas em coisa alguma dás inteiramente tua própria vontade, tens sempre junto algo alheio!

Que te diz esse fenómeno?

Que somente com a fusão de muitas partículas algo perfeito pode ser criado! Criado? Está isso certo? Não, mas sim formado! Pois realmente não há nada de novo a criar, trata-se em tudo apenas de um novo formar, visto que todas as partículas já existem na grande Criação. Cumpre apenas impulsionar essas partículas em direção ao caminho da perfeição, o que traz a fusão.

Fusão! Não passes de leve por tal termo, procura antes aprofundar-te nesse conceito de que também o amadurecimento e a perfeição são alcançados por meio da fusão. Essa sentença repousa em toda a Criação, como uma preciosidade que quer ser descoberta! Acha-se intimamente ligada à lei de que somente no dar também se pode receber! E o que condiciona a exata compreensão dessas sentenças? Isto é, a vivência? O Amor!

E por isso o Amor constitui também a força máxima, como poder ilimitado dentro do mistério do grande Ser!

Assim como a fusão, no caso dum único pensamento, forma, amolda e lapida, assim se dá com o próprio ser humano e com toda a Criação, que na interminável fusão de formas individuais existentes passa por transformações, devido à força de vontade, tornando-se assim o caminho para a perfeição.

Um ser isolado não pode oferecer-te a perfeição, mas sim a humanidade toda, na pluralidade das suas características! Cada qual tem algo que pertence de maneira incondicional ao conjunto. Daí acontecer também que uma pessoa que já atingiu amplo progresso, já não conhecendo mais nenhuma cobiça terrena, sinta amor pela humanidade inteira e não por um ser isolado, visto que somente a humanidade toda consegue fazer vibrar em harmoniosa sinfonia celestial as cordas de sua alma amadurecida, libertadas através da purificação. Traz harmonia dentro de si, porque todas as cordas vibram!

[…]

Procura jamais deixar de atentar que todas as consequências do teu pensar recaem sempre sobre ti, segundo a força, o tamanho e amplitude dos efeitos dos pensamentos, tanto no bem como no mal.

E como o pensamento é espiritual, assim retornam as consequências de maneira espiritual. Encontrar-te-ão, portanto, seja lá como for, ou aqui na Terra, ou então no espiritual, depois de teu falecimento. Por serem espirituais, também não são ligados à matéria. Disso resulta que a decomposição do corpo não revoga o resgate devido! A retroação como consequência de retorno ocorrerá na certa, mais cedo ou mais tarde, aqui ou acolá. A ligação espiritual permanece firme em todas as tuas obras; mesmo porque também as obras materiais terrenas possuem origem espiritual através dos pensamentos que as gerações, e permanecem mesmo depois que tudo o que é terreno desapareceu. Por isso há veracidade na expressão: “As tuas obras te aguardam, enquanto a prestação de contas não se der pela ação de retorno”.

Caso, por ocasião duma dessas ações retroativas, ainda estejas aqui na Terra, ou aqui tenhas voltado, assim efetiva-se então a força das consequências do espiritual, de acordo com a espécie, para o bem ou para o mal, através das circunstâncias, no teu ambiente ou em ti mesmo diretamente, em teu corpo.

Aqui seja mais uma vez indicado especialmente o seguinte: A verdadeira vida se processa no espiritual! E essa não conhece nem tempo nem espaço, logo, também qualquer separação. Situa-se acima dos conceitos terrenos. Por essa razão, as consequências te encontrarão onde estiveres, no tempo em que, devido às leis eternas, os efeitos retornam ao ponto inicial. Nada se perde, tudo volta, com toda a certeza.

Isso soluciona também a pergunta já tantas vezes apresentada de como acontece que pessoas visivelmente boas às vezes têm de sofrer tanto na vida terrena, e de tal forma, que é visto como injustiça. Trata-se de resgastes que têm de atingi-las!

Conheces agora a resposta a essa pergunta; é que teu corpo ocasional não desempenha nisso nenhum papel. Teu corpo não significa bem tu próprio, não é o teu “eu” completo, e sim um instrumento que escolheste ou que tiveste de tomar segundo as leis respetivas da vida espiritual, às quais poderás chamar também leis cósmicas, caso assim te pareça mais compreensível. A respetiva vida terrena é somente um curto espaço da tua existência real.

Um pensamento arrasador, se não houvesse nenhuma saída, nenhum poder que se contrapusesse protetoramente. Quantos não deveriam desanimar ao despertarem para o espiritual, e desejariam, de preferência, que o sono da rotina continuasse. Eles não sabem, pois, o que os aguarda e o que ainda os atingirá de outrora pela ação de retorno! Ou, como dizem os seres humanos: “O que eles ainda têm de reparar!”

Contudo, não tenhas receio! Com o despertar te será mostrado também, na sábia disposição da grande Criação, um caminho através daquela força da boa vontade, a que já me referi detidamente e que atenua os perigos do carma que se desencadeia, ou os afasta totalmente para o lado.

Também isso o Espírito do Pai depôs na tua mão. A força da boa vontade forma à tua volta um círculo capaz de destruir a ação nociva do mal ou atenuá-la bastante, da mesma forma que a camada de ar protege o globo terrestre.

Contudo, a força da boa vontade, essa proteção eficaz, aumentará e se consolidará através do poder do silêncio.

Por isso, a vós que procurais, chamo mais uma vez e insistentemente a atenção:

Conservai puro o foco dos vossos pensamentos, e praticai antes de mais nada o grande poder do silêncio, se é que quereis ascender.

O Pai já depositou em vós a força para tudo. Precisais apenas utilizá-la!

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação, “O Silêncio”, da obra “Mensagem do Graal” Na Luz da Verdade, volume I

 

Sab | 03.11.12

Despertai!

Despertai, ó seres humanos, desse sono de chumbo! Reconhecei o fardo indigno que carregais e que pesa com uma indizível e tenaz pressão sobre milhões de criaturas. Atirai-o fora! Acaso merece ser carregado? Nem sequer um único segundo!

Que encerra ele? Debulho vazio que se desvanece temeroso ao sopro da verdade. Desperdiçastes tempo e força em vão. Arrebentai portanto as cadeias que vos prendem em baixo, tornai-vos livres, afinal!

0 ser humano que permanece acorrentado interiormente será um eterno escravo, mesmo que seja um rei.

Vós vos atais com tudo o que vos esforçais por aprender. Ponderai: com a aprendizagem vos comprimis em formas alheias que outros conceberam, associando-vos de bom grado a convicções alheias, assimilando somente aquilo que outros vivenciaram em si, para si.

Considerai: uma coisa não é para todos! O que é útil para um pode prejudicar a outrem. Cada qual tem de percorrer por si seu próprio caminho para o aperfeiçoamento. Seu equipamento para isso são as faculdades que traz em si. De acordo com elas é que tem de se orientar, e sobre elas edificar! Se não o fizer, permanecerá um estranho dentro de si mesmo, e se encontrará sempre ao lado daquilo que estudou, e que nunca pode tornar-se vivo dentro dele. Assim, cada proveito para ele está fora de cogitação. Vegeta, e se torna impossível um progresso.

Notai bem, ó vós que vos esforçais com sinceridade pela Luz e pela Verdade:

O caminho para a Luz deve cada qual vivenciar dentro de si, descobri-lo pessoalmente, se desejar percorrê-lo com segurança. Somente aquilo que o ser humano vivencia e sente intuitivamente com todas as mutações é que compreendeu plenamente!

A dor e também a alegria nos batem continuamente à porta, animando-nos, sacudindo-nos, para que acordemos espiritualmente. Durante segundos fica então o ser humano muitas vezes libertado das futilidades da vida quotidiana e pressente, tanto na felicidade como na dor, ligação com o espírito que perpassa tudo o que é vivo.

E tudo é deveras vida, nada está morto! Bem-aventurado aquele que compreende e retém tais momentos de ligação, erguendo-se nisso para cima. Para tanto, não se deve deter em formas rígidas, procurando, pelo contrário, cada um se desenvolver por si próprio, partindo de seu íntimo.

Não vos preocupeis com zombadores que ainda desconhecem a vida espiritual. Como bêbedos e como doentes se encontram perante a imponente obra da Criação, que tanto nos oferece. Como cegos que tateiam através da existência terrena, e não veem todo o esplendor que os rodeia!

 […]

Força de vontade! Um poder não pressentido por tantas pessoas que, como um imã que nunca falha, atrai as forças iguais, fazendo-as crescer como avalanches, e unida a outros poderes espirituais semelhantes, atua retroativamente, atinge novamente o ponto de partida, portanto a origem, ou melhor ainda, o gerador, e o eleva para a Luz ou o arremessa mais profundamente ainda na lama e na sujeira! Conforme a espécie que o próprio autor desejou anteriormente.

Quem conhece essa ação recíproca permanente e infalível, existente em toda a Criação, que nela se desencadeia e desabrocha com inamovível certeza, esse sabe utilizá-la, tem amá-la, tem de temê-la! Para esse torna-se vivo gradualmente o mundo invisível que o rodeia, pois sente seus efeitos com tal nitidez, que liquida cada dúvida.

Tem de intuir as fortes ondas de atividade infatigável que agem sobre ele, proveniente do grande Universo, tão logo atente um pouco, sentindo finalmente que ele é o foco de fortes correntes, qual uma lente que faz convergir os raios solares sobre um ponto e acolá gera uma força que atua inflamando, podendo queimar e destruir, bem como curar e vivificar, trazer bênçãos, e também provocar um fogo abrasador!

E tais lentes sois também vós, capazes de, mediante vossa vontade, concentrar essas correntes invisíveis de força que vos atingem, emitindo-as reunidas num potencial para finalidades benéficas ou malévolas, conduzindo bênçãos ou destruições à humanidade. Fogo abrasador, sim, que podeis e deveis, com isso, acender nas almas: o fogo do entusiasmo para o bem, para o que é nobre e para a perfeição!

Para isso se faz mister apenas uma força de vontade que torna o ser humano de certa maneira o senhor da Criação, determinando seu próprio destino. Sua própria vontade lhe acarreta a destruição ou a salvação! Cria-lhe, com inexorável certeza, a recompensa ou o castigo.

Não temais, pois, que tal saber vos afaste do Criador ou vos enfraqueça a fé que nutristes até agora. Pelo contrário! O conhecimento dessas leis eternas, que podeis utilizar, deixa a obra da Criação parecer ainda mais sublime para vós, e obriga o pesquisador sincero a se prostrar de joelhos, absorto diante de tal grandeza!

E então jamais o ser humano quererá o mal. Agarrar-se-á com alegria ao melhor apoio que existe para ele: ao Amor! Amor por toda a Criação maravilhosa, Amor pelo próximo, a fim de também conduzi-lo à magnificência dessa usufruição, à consciência dessa força.

Abdruschin

 

Excerto da Dissertação, “Despertai”, da obra “Mensagem do Graal” Na Luz da Verdade, volume I